quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Parte 4... Lágrimas de Sangue.

Oie, demorei não é?
Mas eu andei meio ocupada com os feriados.
Mas lá vai agora, queridos.

Você mentiu pra mim...


Por mais incrível que pareça, depois de tudo aquilo minha tia sorriu para mim e perguntou:
- Podemos almoçar agora?
E, eu pensei: " É claro, por que não? Vamos lá"
 A verdade é que fui embora dizendo que não estava muito bem para comer, até porque não é todo dia que você descobre que literalmente é uma maldição. Mas vou deixar de ironia, porque a verdade é que não sei o que fazer, estou perdida.
Eu nunca acreditei nessas coisas. Quero dizer, eu ainda não consigo acreditar nisso.
Eu sempre quis criar uma família, ter filhos e agora quando estou perto de realizar esse sonho tão simples, minha tia me fala essas coisas.
Coisas que minha mãe deveria ter dito.
Eu me sinto traída, e o pior é tentar entender minha tia, ela as vezes é tão amorosa e em outras tão misteriosa e fria, mas, deixe pra lá, ela teve uma vida difícil.
O problema agora era minha mãe. Como ela não me contou nada?  Ela simplesmente ia deixar eu... eu... nem quero pensar a respeito. 
Comecei a andar mais rápido, precisava falar com ela.
Como era perto, não demorei. 
- Mãe. - Comecei a chamar assim que entrei em casa. - Mãe.
Ela estava sentada no sofá, lendo uma revista tranquilamente.
Ela desviou a atenção e me observou sorrindo.
- Já almoçou com a sua tia, querida?
- O QUE VOCÊ ESTAVA PENSANDO? POR QUE NÃO ME CONTOU?
Ela ficou confusa, deixou sua revista de lado e tentou me acalmar.
- O que está dizendo, Ana? Eu não estou entendendo.
Sua voz parecia calma, como ela conseguia mentir tão bem?
- Você sabe do que estou falando. A mesma coisa que aconteceu com o papai, sobre o meu casamento.
Ela olhou ao redor, e seus olhos realmente pareciam confusos, mas eu não poderia me deixar enganar. Ela coçou a cabeça.
- Oh querida, deve ser a pressão do noivado... Eu não sei do que você está falando, por que não descansa um pouco, e depois conversamos?
- Eu não quero descansar! - Gritei. - Quero que você conte a verdade sobre nossa família!
- Verdade? Que verdade?
Eu não podia acreditar, que ela ainda estava tentando fingir. Fingir pra mim. A sua filha.
Eu não podia entender porque ela não contava a verdade, não havia perigos. Do que ela tinha medo?
- Mãe, por que está mentindo pra mim? Não é justo!
Eu comecei a chorar de repente, e ela me abraçou.
- Querida fique calma, a pressão do casamento é assim mesmo, mas não precisa ficar tão estressada.
Eu a olhei.
- Você não entende que não pode deixar isso acontecer? Eu o amo! E você continua mentindo! POR QUÊ?
- Filha eu nunca mentiria para você! Você é meu único motivo de viver... Eu te amo.
Ela parecia cada vez mais perdida e eu não entendia como conseguia fazer parecer tão real, será que havia feito aulas de teatro?
- Se me amasse, não iria querer que ele morresse, porque é isso que você está fazendo.
- Morresse? Analice, o que está dizendo? Está me chamando de assassina?
Eu não queria mais ouvir minha mãe falando. 
Desesperada, peguei meu celular e liguei para Mário.
" Fala amor".
Disse ele do outro lado da linha carinhosamente.
" Eu preciso te ver agora"
" Você está chorando, Ana? O que está acontecendo?"
" Nada, mas eu preciso... falar com você".
" Tudo bem, mas fique calma."
Ele disse sentindo meu desespero
" Vá lá na praça, que eu te encontro tudo bem?"
Perguntou.
" Sim, tudo bem"
Desliguei o celular, e comecei a lembrar das palavras daquele diário. 
Senti o peso da carta que carregava em meu bolso. A solução.
Mas agora não era hora, eu precisava encontrar Mário, me dirigi até a porta de saída, mas antes olhei para minha mãe, ali em pé fingindo não entender nada.
- Eu não acredito... não acredito que está mentindo para mim.



Continua...

Bom, espero que tenham gostado.
Acho que não dei muito suspense, mas tem várias surpresas no próximo capítulo!
Beijos queridos.
Amo vocês.

Gabriela Candal